terça-feira, 15 de outubro de 2013

muitos
batem
se trombam
diminuem
chegam
somem
cegam-se
desesperados por luz
fogem da escuridão

alcançam o nirvana
da luminosidade
inconscientemente
o barulho
das asas, o coro das trombadas
o bagulho

caidos, anestesiados
o peso dessa casa nas asas
esperam
acabar o barato
cada clarão
é um dia, após outro dia

feito besouro
se joga
se entrega
dourado
não vê que a luz
não diminui os males
é que não tem, coitados
ninguém pra lhes contar
como vive a vida

incandescentes
indescentes
contentes
viciados
queimam a alma
na dor iminente

encantados
prezados ou
desprezados
feito coração
que hora deixa voar
hora esmaga

e o que você não imagina
é que esse poema fala de tantas coisas
tão pouco
fala de besouros.