domingo, 20 de junho de 2010

Do outro lado (II)

Como você sabe que eu to fumando? ah você me conhece né? Deixa pra lá. Mas você não sabe que é pra suprir a falta que tu faz. E eu não tomo wisky, só vodka.Tentei ir ai algumas vezes, mas sabe, não sei como olhar pra você. E se eu olhar, vou chorar, implorar teu perdão e dizer que você pode fazer o que quiser de mim, o que quiser comigo, qualquer coisa pra ser minha outra vez. Desculpa eu ta te ligando, mas é que a sua presença lateja aqui do lado, quase sempre. Um dia cê vai sorrir pra mim de novo? Eu vou estar com os braços abertos.

sexta-feira, 18 de junho de 2010


Tirou um cigarro do bolso , o que pra ele se tornara oxigênio e não demoraria para acabar com sua caixa recém-comprada. Suspirou. As coisas não mudaram. Não muito. Afinal, ele não cresce, não como as outras pessoas. Ele tem crescido pra dentro.

Agora

amor é só uma palavra esperando tradução.
Chorou. Por uns três ou quatro dias chorou. Não comeu, não dormiu.
Chorou. pra um dia não chorar mais.
Colocou aquela música bem assim: "vem correndo aos meus braços meu amor..."
até sentir que tudo estava rasgado dentro de si.
Chorou até não conseguir mais chorar.
Por isso talvez hoje esteja assim
consideravelmente forte, como nunca pensou que fosse capaz de ser.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O outro lado visto por este

Comprou mais cigarros. Resolveu desobedece-la de vez.
Porém passou a esperar o 14, ela dizia que não demorava tanto assim.
Sei lá, pra ele era sorte que ela tinha mesmo.
ouviu o som do 14 passando, e até deitou mais no canto da cama esperando ela chegar e deitar ao seu lado.
Não fez a barba, porque sabe que no fundo ela gosta, até pegou dois pratos pra comer o bolo de abacaxi de sua mãe.
em vão, mas engraçado.
mudou seu caminho, mas em todo cantos haviam tartarugas no meio das ruas. Mudou seus hábitos e o que costumava comer em domingos a noite.
Jogou fora alguns cds, só restou oasis no seu mp3, que ela deu. coisas que ele não pode mais ouvir.
Nem sua ausência queria ouvir.
Às vezes ele coloca as suas roupas que ela costumava usar.
Outro dia levou outra em casa,
e pediu para ela apertar 26 no controle, pra fazer de conta que ela estava lá, errando o número do canal de novo.
ai chorou. e mandou a outra embora.
Ela bem que podia ter levado a ausência.
Comprou um Wisky barato, bem vagabundo. Pra amanhã acordar com uma dor de cabeça infernal, pra talvez parar de pensar na falta que ela faz.
escondeu o celular, o telefone, e qualquer meio de comunicação possível.
pra não correr o risco de ligar bêbado e fazer como fazia antes.

Isso tudo tirando a coleção de tampinhas, o brinco, os papeis, o quadro... tem um bilhete atrás do quadro.

O problema não é aprender a viver sem ela, isso é quase fácil.
O problema é aprender a viver com a dor da sua ausência.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Já dizia um profeta...

barbudo, de cabelos brancos por completo, na beira da praia...

"A lua branca, vinha redonda como um tamanco, na cama curta com os pés de fora. E assim começa, a história de
um louco de boa memória.
Numa bela noite, o sol brilhava. Numa campina de mar azul. Onde sentado numa pedra de pau, contemplando a natureza
um velho dizia: Tu mundo, és uma bola quadrada que gira parada. Os surdos ouviam, os cegos viam, jacarés
voarem, os passaros pastarem, e as vacas pularem de galho em galho atrás do seu ninho.O alto, baixo, careca, arrepiava
os cabelos, enquanto o mudo gritando que o mundo tem quatro profetas, que na verdade são três, Mesias e Abel.

Um louco da noite, que faz coisas da noite. E adora isso."

Você se lembra?
melhor,
não te dói lembrar?

domingo, 6 de junho de 2010

Meu amor...
Você se lembra daquele outono?
Eu lembro, logo tornou-se primavera.

Você se lembra do frio aquela noite?
Eu me lembro, eu ainda penso em tudo que você disse em dez minutos

você se lembra
quanto tempo faz?
dois outonos.
eu abri seus olhos castanhos, pra te fazer ver o mundo como os meus cor de mel

Você se lembra que eu te disse uma vez,
Que se estivesse ao meu lado
eu jamais te deixaria
Em todos os dias da minha vida
E gritaria ao mar todas as palavras cantadas

Eu te fiz promessas
em tudo que te disse todas essas noites

Você se lembra das vezes
Em que nós desistimos um do outro e voltávamos a ficar juntos?
Então nós nos encontravamos em tardes de verão...
nos escondendo por entre os raios do sol
Você se lembra? eu me lembro

E escuto seu coração...
e ja disse como ele bate não é?

Eu lembro até hoje do teu sorriso daquela tarde de junho cinzento...
daquela primavera que não fez nascer flores aqui dentro...
do verão que esquentou nossa alma...
e do inverno, em que tivemos um ao outro, sem medo das próximas estações.
Você se lembra?

eu me lembro.
de cada um desses trezentos e sessenta e cinco dias e a dança de suas estações
Quase dezessete primaveras eu vi passar pela janela
mas a ultima me fez escrever assim
Diante de invernos que me passaram escravo de ti
Quase que por descuido da primavera me esquece
Quase que por insensatez das folhas caídas nos lembramos...
que este sentimento aqui, se faz por ti.

Quando me deitar essa noite,
Quando eu fechar meus olhos
sei que você vai estar por perto.