sábado, 21 de abril de 2012
- Hoje pensei que meu peito não fosse suportar
- Ainda bem que pensei em guardar algum resto de bebida para beber depois
- Você e esses hábitos podres
- Você e sua podridão, sem esforço algum
- Eu sabia que um pouco de nossa raiva seria póstuma.
- Em prestações.
- Não sei dizer se os sorrisos e olhares que trocamos foram ironicos o bastante...
- Você vai envelhecer e se arrepender, você é covarde.
- O fato é que nós nos esqueceremos por que ambos somos covardes.
- Não, nós não vamos nos esquecer. Vamos desejar todos os dias nunca mais nos encontrar, vamos desejar a infelicidade do outro e o telefone tocar pra responder com sete pedras nas mãos.
- Sabe, você gritava como quem arrancava um demônio.
- Eu fechei meus punhos, eu bati, eu soquei, eu gritei. Lá de cima eu gritava, eu gritava toda a minha força pra fora...Já você, você não teve tempo de respirar...Ficou lá...
- Eu vi, ta, ta, ta.
- Eu aprendi a usar a vida à meu favor, você nem sabe que tem uma ainda...
- Da pra parar de falar disso?
- Dá. Eu tenho medo de te encontrar mas quando encontro, é simplesmente você com as mesmas camisetas, o mesmo jeito estranho e engraçado de andar.
- Isso é...Tava me faltando essa dose de acaso, de você, pra encher essa solidão de sentido. Tua pele branca e teu cheiro doce assim, do teu jeito de não se preocupar.
- Eu me preocupo.. mas poderia falar que amaria metade daquele lugar, o que seria irônico. Estava cheio e você era, era um buraco negro que me engolia todas as vezes que cruzava meu caminho.
- Eu pensava que podia sobreviver a mim mesmo, mas era impossível. impossível sem você. Aí te engoli (risos).
- Sabe, eu vi seus olhos brilhando quando olhou pra mim e cantou sorrindo...
- Também não há como negar o brilho dos seus olhos...
- Não houve naquele lugar, quem não tenha visto o teu sorriso.
- Esquece isso, foi um passado bom.
- Odeio quando você fala assim.
- Mágoa, amor, ódio, raiva, paixão, devem ter dado os nomes errados para as coisas certas.
- Só me restou ódio e a propósito... a idade está lhe caindo e os cabelos...
- Vai se foder, desisti. E você não desiste de mudar esse seu cabelo não?
- Não. mudo por fora, porque dentro não da pra tingir.
- Você não muda
- Olha quem fala
- Deixa eu ir, até daqui três meses
- Quando você diz isso te imagino contando os dias em um calendário
- Mas sabemos que vamos nos ver em breve...
- Talvez na semana que vem, talvez no ano que vem, talvez nunca mais.
- Ou talvez em três meses.
- Você não desiste dessa coisa dos ''três meses'' né?
- Não.
- Sabe, não dói mais.
- Só não some a cicatriz.
- É...
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