Samuel
estava sentado na cadeira em frente ao computador enquanto Caroline deitada na
cama mantinha os olhos fixos em seus olhos escuros hipnotizantes, devorando a sua
alma enquanto a observava sorrindo sutilmente.
-Por
que é tão quieto?
Samuel
não respondeu, arrastou a cadeira até a beirada da cama, encostou seus dedos
nos dedos de Caroline, passava-os por toda sua palma. Ele bebia o seu sangue
antes mesmo de lhe tocar.
Caroline
respirava cada vez mais forte, sentia medo da vontade que sentia, não de
Samuel, que por sua vez encostou os joelhos na cama e deitou sobre Caroline que
nem por um segundo pensou em evitar o que acontecia.
Samuel
deixou de estar ao seu lado para estar em cima do corpo de Caroline, à segurava
pelos cabelos com tal força que alguns fios saiam em sua mão, deixando-a com as
costas fortemente curvadas e seu pescoço jogado para trás, ele sentiu vontade
de apertá-lo com força, mas sabia que não o faria.
Bebem-se
como se bebessem o sangue um do outro, se embriagam.
Aquela
saliva queima sua língua, dança pela sua garganta e revira seu estômago e
anestesia a sua mente. Ela gritava seu nome em silêncio enquanto desejava as
dores mais excruciantes e infindáveis. Todos os pelos de seu corpo arrepiavam-se,
se contorcia. Era daquela selvageria que gostava. Sentia dor em cada músculo de
corpo. Samuel podia ouvir as batidas do coração dela, rápidas, se acalmando aos
poucos. Ele brinca com a morte e recita seus textos. Corta cabeças, gargantas, come
corações. Fez dela um próprio poema. Ele
sorria do fundo de sua alma vazia que não vê o porquê de existir em seu corpo
como um câncer que não regride. Sentia o ar preenchendo os pulmões
graciosamente, tal como o som dos ruídos de Caroline. Traiçoeiro em um ménage a
trois com a solidão.
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