quinta-feira, 21 de junho de 2012


Seu fantasma que me persegue a semanas, esta a me perturbar o juízo
esses dias ele voltou, sentou-se novamente no sofá
tenho a impressão de que abriu um livro
ele sempre esteve aqui ou eu que só o notei agora?
eu reconheço no seu semblante que
pertence a raça de homens que me arrancam as vísceras.

Amaldiçoada te imagino
(e não sei como sobrevivo)
na solidão de um quarto
revestido por banda larga
é então que me lembro
que és de carne e osso
e isso é o que mais dói.

Saber que perdeu-se a receita da tua infelicidade
permita-me comparar-te à um começo de tarde chuvoso
gosto de entardecer assim
e de palavras pessimistas
e filmes que me fazem chorar
é que amo tudo que me deixe mais triste.

Tenho a impressão
nessas lacunas de imaginação
que a chuva existe por sua causa.

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