Algafan
Mais um café gelado, por favor.
segunda-feira, 24 de março de 2014
enquanto o sol recendia frio
seu corpo de leite
casca que abriga
poço de amor e medo
e eu, deste lado da cama
observo como quem
transborda
de perdas e danos.
Não podiam deixar de nos brindar com
as gotas no telhado
que chega pra secar as lágrimas
que chega pra molhar as incertezas
e nós dois feito correnteza
entrelaçando pernas e braços
como dois rios
que se chocam.
A chuva teve que chegar na hora certa
como nas outras vezes
no momento exato
na hora H.
domingo, 17 de novembro de 2013
sentindo uma a uma
apertava seus ossos do quadril
fortes, saltados
largos
na pele branca, pálida, fina
vê-se facilmente suas veias
azuladas
como vê-se supernovas
em correntes marítimas
sente-se sua essência forte
como se ela fosse na verdade
um estado de espírito
quem a conhece não diz
eu que a compreendo
sinto-a
a sua nudez sonolenta na cama
o leve peso dos seus movimentos
inclinando-se para trás
quando espreguiça
seu pescoço nu, esticado
e as clavículas, as clavículas...
mordisca os lábios rubros, ressecados
arranca todas as peles
esses, levemente machucados
marcados
anunciam
seria preciso matemáticas de outra natureza
para medir a largura do seu sorriso
a impiedade geométrica das
suas curvas
violentas, agressivas
imperfeitas
como a sua respiração
sempre ofegante
rendem as minhas forças
já desconheço-me por inteiro
não, não me deixa agoniar nos
seus olhares fixos
abrindo abismos que
parecem me engolir segundo a segundo
tirando-me de órbita
assisto-a
tentando se encontrar olhando no espelho
desembaraçando o cabelo com os dedos
como eterno fiel seguidor do
seu cheiro de doce e maresia
que persiste ainda nas minhas mãos
os segundos em que se levanta
caminha suavemente
move-se, mexe os dedos
fez-me saber todos as sensações que
poderiam existir nesse espaço-tempo inteiro
flagro-me desnorteado com sua substancia
pairando no ar
em carne viva.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
batem
se trombam
diminuem
chegam
somem
cegam-se
desesperados por luz
fogem da escuridão
alcançam o nirvana
da luminosidade
inconscientemente
o barulho
das asas, o coro das trombadas
o bagulho
caidos, anestesiados
o peso dessa casa nas asas
esperam
acabar o barato
cada clarão
é um dia, após outro dia
feito besouro
se joga
se entrega
dourado
não vê que a luz
não diminui os males
é que não tem, coitados
ninguém pra lhes contar
como vive a vida
incandescentes
indescentes
contentes
viciados
queimam a alma
na dor iminente
encantados
prezados ou
desprezados
feito coração
que hora deixa voar
hora esmaga
e o que você não imagina
é que esse poema fala de tantas coisas
tão pouco
fala de besouros.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
numa noite de verão
a mosqueteira verde na janela
que não impediu a entrada dos
bichinhos de chuva ou calor ou amor
que nos rodeiam quando voltam
das travesseiradas ao ar
e o ventilador de teto
que ao girar faz barulho e não vento
e você
inerte
inclemente
imperturbável
ou
talvez tudo isso seja apenas um
sutil devaneio
desses que veem nos dias
que são paulo ameaça
esquentar
mas só ameaça
como ameaça seus olhos
fugirem dos meus.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
o banco
a praça
as casas
mal asssombradas
o dia
a noite
a passarela
o hotel
a avenida
o puteiro
a rua de cima
E agora, você?
E agora os cachorros
o salgado
a máquina do lado
o ciúmes afogado
o tênis molhado
o guarda-chuva furado
e agora, josé?
e os guardas municipais
e o vinho
e os sete e vinte e cinco
e o fumo
e os livros
me diz, josé o que serão dos caminhos
me diz você, como é que hei de proceder
que modo há de viver
e agora o desespero crônico?
socorro José.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
A mesa de madeira recendia
o cheiro de cerveja
o farol dos carros
enquadrava
a grande angular daquelas
teorias sobre o caos e a vida
e sobre vermelho ser uma junção de todas as cores
mas eu na verdade acho
que seus olhos são
uma junção de todas as coisas da vida.
Você encara
esses prédios todos
de um jeito que faz com que eu me pergunte
como é que a cidade não acaba se embolotando
e ficando na contra-mão.
Enquanto digo que o
ideal seria a vida vadia
assim todos os dias
o teu olhar invade
a Bela Cintra
que mal percebes a calçada
quando percebes
meu exército de sentidos já se
rendeu ao teu
par de castanhas
declarações de guerra
E só essa avenida
só essa avenida salpicada de luzes natalinas
será capaz de resistir
ilesa aos bombardeios
que teus sorrisos
despeja sob os
céus da cidade.
domingo, 4 de novembro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
Aline Narcoléptica.
A cidade escolheu justamente hoje para sucumbir ao calor, o dia amanheceu bom para velejar, viajar alguns quilômetros o centro do oceano ao lado de Aline parecia a ideia menos estúpida que tivera em dias. Procurou por entre os papeis na mesa algum que tinha rabiscado seu telefone, ligou assim que encontrou. Marcou com Aline que aceitou simpaticamente o convite. Uma hora mais tarde chegou vestindo uma saída de banho branca, tinha a pele muito clara e o nariz vermelho por conta da gripe, cabelos ruivos dourados e as unhas dos pés pintadas.
Carlos tem o costume de levar alguns enlatados e pratos prontos quando sai para velejar, mas desta vez comprou peixe, vinho e algumas frutas.
— Você costuma sempre velejar sozinho?
— Sim...
— Por que? Por que não chama algum amigo?
— Porque eu prefiro assim, gosto de ouvir apenas o meu pensamento, trago cá o que gosto e não me causa desgastes mentais.
— E você me trouxe para cá...
— Sim.
— Então gosta de mim?
— Sim, Aline.- Porra, o que ela precisa? Um sinal de neon que relampeja em sua fronte?
Aline tem um dom excepcional para questionar o que é malditamente óbvio, algumas vezes.
— De qualquer forma, me custa entender...
— Acredito que sejam singularidades..
— E nesse quesito parece que ambos estamos em extremos delas, você alguém de pouca sensibilidade e que quase nunca tem sua razão alterada e eu, provavelmente, tenho todas essas singularidades no sentido contrário.
— Veja bem, você não alimenta esse meu gênio ruim, entretanto sinto que as vezes você o absorve, acaba levando para toda sua sensibilidade o meu comportamento ruim e talvez não saiba como lidar com isso da mesma maneira que eu....
— Talvez Carlos, afinal todos nós temos pesos e medidas diferentes para ponderar aquilo que se vê de importante para a vida. A realidade é que comecei a ponderar que realmente isso não tenha mais saída, talvez você realmente nunca consiga ser alguém totalmente sociável, não consiga perder o hábito de me fechar em uma bolha em ambientes públicos.
Não se lembrava que Aline podia falar tanto. Foi quando ela deixou de falar para regurgitar todo o fermentado que havia batido em seu estomago vazio viajando em uma enorme bacia que balança e sacode o tempo todo.
Carlos assou o peixe que comprou previamente temperado e levou até a mesa perto do estofado onde Aline encontrava-se despertando.
— Como se sente?
— Melhor do que mereço — murmurou
— Coma um pouco, é melhor...
Enquanto fatiava e servia o peixe, Aline pegou a flor que decorava a mesa e colocou nos cabelos, atrás da orelha.
Carlos não aguentou, foi impossível segurar o riso, quase gargalhou.
Aline ruborizou, — Uma mulher não pode tentar ser graciosa?
— Eu simplesmente te vi vomitando pelo chão, no mar e em si mesma. Não há nada mais deselegante em termos de educação feminina.
Aline jurou quase silenciosamente nunca mais beber vinho e velejar de uma só vez.
Carlos concordou de pronto: — Nunca, neste ou em qualquer universo... e sorriu. Em pensamento acrescentou que Aline deveria ser magnifica em qualquer condição.
— Ah, bom... E o que você pensa quando está aqui?
— Você voltou nisso...
— Eu não entendo porque um ser humano gosta de ficar sozinho...
— Isto é muito apavorante para por em palavras...
— Apenas tente.
Aline estava quase dormindo quando insistiu com voz rouca de sono e garganta inflamada. Como ela faz isto? Ela pode convencer qualquer um de qualquer coisa.
— O mundo não aceita pesos como eu, defuntos galvanizados, esperando em terra pela sua segunda morte... sou um autêntico fodido mental, Aline.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Nem posso lembrar da última vez que choveu assim, com tanta fúria, com tanta ira.
No flash dos relâmpagos vejo a imagem dele se fixar na superfície dessas paredes cobertas por azulejos espelhados.
O som do trovão é o estrondo que ouço nas vezes que correndo, meto o pé nas poças d'água.
À essa altura já não há nada seco em mim, e já não ligo pra isso.
Meu bem, tristeza é não te ter aqui...Na chuva fria, na hora H.
terça-feira, 26 de junho de 2012
A desgraçada suja e bêbada da Augusta (ou O texto Auto-Explicativo).
segunda-feira, 25 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Seu fantasma que me persegue a semanas, esta a me perturbar o juízo
esses dias ele voltou, sentou-se novamente no sofá
tenho a impressão de que abriu um livro
ele sempre esteve aqui ou eu que só o notei agora?
eu reconheço no seu semblante que
pertence a raça de homens que me arrancam as vísceras.
Amaldiçoada te imagino
(e não sei como sobrevivo)
na solidão de um quarto
revestido por banda larga
é então que me lembro
que és de carne e osso
e isso é o que mais dói.
Saber que perdeu-se a receita da tua infelicidade
permita-me comparar-te à um começo de tarde chuvoso
gosto de entardecer assim
e de palavras pessimistas
e filmes que me fazem chorar
é que amo tudo que me deixe mais triste.
Tenho a impressão
nessas lacunas de imaginação
que a chuva existe por sua causa.
domingo, 17 de junho de 2012
não farei o teu desejo
lhe dando versos, joão
pois não há como retratar o naufragio dos teus olhos
em poesia
veja bem
eu não escrevo pra ser boa nisso
e não sou
essas palavras são todas manjadas
mas seria você pretensioso
ao desprezar meu clichê, joão
desculpe
mas agora vou exercer o direito que todo ser humano tem
de me embebedar em algum boteco fedorento
e chorar na calçada
não que você já me tenha feito algo
pelo contrário
é que sentir algo por si só, joão
já é desesperador.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
20:54pm
- Oi,posso entrar? Preciso muito falar com você...
- Claro, mas estou com cheiro de álho e cândida, essa vida de dona de casa é triste. Pode esperar eu tomar um banho?
- Tudo bem.
Saí, apertando o cabelo molhado na toalha. Sentei-me no tapete apoiando as costas no sofá.
- Bom, pode começar
- Eu não sei por onde começar
- Se trata da menina de cabelos longos?
- É, ela me deixou. Sabe camila, é nessas horas que acredito em Deus, filho da puta! Ele é um filho da puta! -gritava- mesmo ela com aquele ar de vadia que exalava e o cigarro maldito que não largava, aquele cheiro aflorava meu ódio e mesmo assim ela me deixou. Nunca, ninguém vai gostar de mim...
- Veja bem Diego, pra nossa sorte, vivemos num mundo onde tem gente que gosta de transar com animais, com mortos, tem gente que gosta de comer barat...
- Ta bom camila, eu ja entendi.
- Não, brincadeira...O que estou querendo dizer é que sempre existem outras pessoas
- É o que dizem. você é feliz camila? Você esta sempre rodeada de pessoas, sempre saindo...Por que comigo as coisas não funcionam assim?
Soltei uma risada irônica.
- Sabe...Já dizia um bom amigo meu, ''na rotina dos bares que apesar dos pesares me trazem você''
- Camila, é Vinicius de Moraes, não é amigo seu.
- Por favor, não interrompa...De calçada em calçada as vezes me vem um certo semblante
a pele clara, a barba preta e comprida, o corpo pálido, magro..jogado naquela cama, naquele quarto que nunca nem me viu, que abrigam os olhos de quem até hoje mal me notou. E as vezes eu até sento aquele semblante nesse sofá e ele fica aí olhando, não fala nada, só olha. Eu fico pela casa e deixo ele me observar que é pra ver se me nota e isso tudo sem que ele saia daquele quarto. É o ponto mais alto que a imaginação pode chegar. O segredo é não se desesperar. Ele ta lá. Eu to aqui. Pronto. Sou essa materialização do desastre. Ele um pouco pior que isso. Mas como você diz pra uma pessoa ''olha, eu to querendo te fazer feliz, posso tentar?'' Falando assim soa como ''me passe a manteiga''. Bom, pra mim expressar sentimentos sempre foi algo impossível, aí eu me conformei. E você na verdade não odeia o cigarro dela. Você odeia o fato de sentir falta do cigarro dela, de olhar pro cinzeiro na mesa e ver aquela bituca manchada de batom...E o gosto da sua saudade é aquele amargo que ficava o beijo dela...
- É, é verdade...Mas e quando você sente falta de algo? Tem gosto do que?
- Bom, aí depende, as vezes tem gosto de álcool, as vezes eu só pinto as unhas...Mas quase todas as vezes tem gosto de vinho sem marca. Ela fumava o que?
- Sei lá, Marlboro eu acho
- Humm, então é marlboro, a marca da sua saudade.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
terça-feira, 29 de maio de 2012
domingo, 29 de abril de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
- Hoje pensei que meu peito não fosse suportar
- Ainda bem que pensei em guardar algum resto de bebida para beber depois
- Você e esses hábitos podres
- Você e sua podridão, sem esforço algum
- Eu sabia que um pouco de nossa raiva seria póstuma.
- Em prestações.
- Não sei dizer se os sorrisos e olhares que trocamos foram ironicos o bastante...
- Você vai envelhecer e se arrepender, você é covarde.
- O fato é que nós nos esqueceremos por que ambos somos covardes.
- Não, nós não vamos nos esquecer. Vamos desejar todos os dias nunca mais nos encontrar, vamos desejar a infelicidade do outro e o telefone tocar pra responder com sete pedras nas mãos.
- Sabe, você gritava como quem arrancava um demônio.
- Eu fechei meus punhos, eu bati, eu soquei, eu gritei. Lá de cima eu gritava, eu gritava toda a minha força pra fora...Já você, você não teve tempo de respirar...Ficou lá...
- Eu vi, ta, ta, ta.
- Eu aprendi a usar a vida à meu favor, você nem sabe que tem uma ainda...
- Da pra parar de falar disso?
- Dá. Eu tenho medo de te encontrar mas quando encontro, é simplesmente você com as mesmas camisetas, o mesmo jeito estranho e engraçado de andar.
- Isso é...Tava me faltando essa dose de acaso, de você, pra encher essa solidão de sentido. Tua pele branca e teu cheiro doce assim, do teu jeito de não se preocupar.
- Eu me preocupo.. mas poderia falar que amaria metade daquele lugar, o que seria irônico. Estava cheio e você era, era um buraco negro que me engolia todas as vezes que cruzava meu caminho.
- Eu pensava que podia sobreviver a mim mesmo, mas era impossível. impossível sem você. Aí te engoli (risos).
- Sabe, eu vi seus olhos brilhando quando olhou pra mim e cantou sorrindo...
- Também não há como negar o brilho dos seus olhos...
- Não houve naquele lugar, quem não tenha visto o teu sorriso.
- Esquece isso, foi um passado bom.
- Odeio quando você fala assim.
- Mágoa, amor, ódio, raiva, paixão, devem ter dado os nomes errados para as coisas certas.
- Só me restou ódio e a propósito... a idade está lhe caindo e os cabelos...
- Vai se foder, desisti. E você não desiste de mudar esse seu cabelo não?
- Não. mudo por fora, porque dentro não da pra tingir.
- Você não muda
- Olha quem fala
- Deixa eu ir, até daqui três meses
- Quando você diz isso te imagino contando os dias em um calendário
- Mas sabemos que vamos nos ver em breve...
- Talvez na semana que vem, talvez no ano que vem, talvez nunca mais.
- Ou talvez em três meses.
- Você não desiste dessa coisa dos ''três meses'' né?
- Não.
- Sabe, não dói mais.
- Só não some a cicatriz.
- É...
domingo, 15 de abril de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Peguei tudo o que tinha: Moedas, cigarros soltos, isqueiro velho, alguns objetivos odiosos e saí sem princípios com um dos vestidos de festa mais bonitos que encontrei, daqueles rodados e com babados, cor de palha meio rosado. Rosado como o tom natural de minhas bochechas que à esta altura encontravam-se vermelhas como pimenta por conta do porre de vinho e decepções que tomei mais cedo. Já passavam das 22:00 e enquanto caminhava pela av. Vergueiro às únicas companhias eram as putas do outro lado da rua. Procurei por algum bar com uma quantidade razoável de miseráveis para comprar café em copo descartável no caminho da praça japonesa. Sentei-me em um dos degraus mais baixos, próximo ao portão. Pelos fones, não tão altos quanto precisava, ouvia qualquer música triste o bastante que me fizesse derramar mais alguma porrada de lágrimas que escorriam pela maquiagem já borrada. Dentre tudo que acontecia naquela rua a única coisa que conseguia olhar era a sombra na calçada, os cabelos por pentear, as vísceras em jogo e o coração à beira de um precipício. Sem esmero, sem destino, sem naturalidade. Sem equilíbrio algum.
sábado, 31 de dezembro de 2011
No mercado da rua de cima comprando vodka barata e algo para encher o estômago, enquanto as conversas de paz, sonhos, promessas, pedidos e realizações me cercavam os ouvidos eu só pediria que tudo continue caminhando como está sem que eu fracasse e acabe fudendo a porra toda. Apenas que as coisas continuem seguindo seu curso natural sem que eu tenha alguma idéia estúpida e acabe metendo os pés pelas mãos.
-Que tipo de pessoa você é?
-Do tipo que se joga no cesto preto escrito ''não reciclável''.
A propósito, feliz ano novo.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
O céu tem permanecido cinza e a chuva tem se convidado sempre ao chá das cinco
Inunda a casa de vazio como um ritual de fim
os guarda-chuvas pretos se abrem
como uma dança
O décimo andar torna-se camarote para o velório musical
As gotas caem em abundância
Sobre o ombro dos guarda-chuvas
Escorrem as gostas uma à uma
Sobre a doce França.
Só mais um texto ruim, vomitado.
sábado, 10 de dezembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
"Eu sigo as estrelas
Sigo naves espaciais
Mais um gole de cerveja
Os carros param nos sinais
E pra mim tanto faz
Gatos rolam pelo chão
Os ratos saem do bueiro
Carro doido contra mão
E pra mim tanto faz
Não sei o que é verdade
Conheci tanta mentira
As naves vão passando
E eu perdido aqui na esquina
E pra mim tanto faz
Olha lá seu moço
Lá no disco voador
Eu já cansei desse planeta
Eu já cansei de ser ator
E pra mim tanto faz
E a cidade
Tão distante
Não sei nem se vou voltar
E na cidade
Tanta gente
Os sonhos morrem devagar
E na cidade
Tanta gente
Os sonhos morrem ao por do sol"
Fistt
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
-Que foi?
-Nada não.
-Fala...
-É que sabe, quando era mais nova e minha mãe demorava pra chegar, eu dormia no quarto da minha avó, bem perto da rua. O seu quarto faz o mesmo som que aquele quarto fazia.
E então ela começou com aquela história de dez anos atrás.
domingo, 2 de outubro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
sábado, 24 de setembro de 2011
Baunilha. Seu gosto é de baunilha, e isso implica num fato interessante, pois, hora ou outra pego-me sentindo seu cheiro doce em mim, o que é engraçado pois sequer eu estive perto de você. Gosto tanto do seu sotaque que de repente eu já tomei tua voz como melhor melodia, e cada parte do seu corpo que completa o meu. Sussurrando então eu confesso a condição de te ter só pra mim, pra percorrermos juntos nessa highway, eu, você e seu gosto excepcional de baunilha.